Acerca de mim

A minha foto
Este blog está a ser desenvolvido por alunos do 3º Ano de Farmácia, do Instituto Politécnico de Bragança, no âmbito da Unidade Curricular Farmacoterapia I. Neste espaço pretendemos abordar, ao longo do semestre, informação útil acerca de Infecções Fúngicas, nomeadamente as suas caracterizações patológicas e respectivos tratamentos farmacológicos.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Infecções Fúngicas Sistémicas

Blastomicose
Blastomyces dermatidis



Também conhecida por blastomicose norte-americana ou doença de Gilchrist, a blastomicose é uma infecção causada pelo fungo Blastomyces dermatitidis.
Assim como outras micoses endémicas, ou seja, o habitat natural do fungo é delimitado por regiões geográficas específicas e a infecção gerada por esses fungos particulares é adquirida pela inalação de esporos daquele ambiente específico e localização geográfica, esta é confinada a regiões muito específicas: muitas infecções originam-se na bacia do Rio Mississipi, em torno dos Grandes Lagos e na região sudeste dos Estados Unidos. No entanto, também têm sido diagnosticados casos noutras partes do mundo, incluindo África, Europa e Médio Oriente.

Ciclo de vida do fungo Blastomyces dermatidis

A blastomicose é principalmente uma afecção pulmonar, mas por vezes estende-se a outras zonas através da corrente sanguínea, tais como próstata, fígado, baço, rim e sistema nervoso central.
Pensa-se que os esporos de Blastomyces entram no organismo através das vias respiratórias, mas não se conhece a sua origem do ambiente. Uma vez relacionou-se uma epidemia com os refúgios dos castores.
Os homens entre 20 e 40 anos de idade são habitualmente os mais afectados. A doença é rara nos doentes de SIDA ou em doentes com outras condições imunosupressoras. Contudo, uma vez afectados estes grupos de risco, esta doença tende a ser aguda, envolvendo o sistema nervoso central e com um prognóstico muito pior.


Þ    Sintomas
A blastomicose dos pulmões começa gradualmente com febre, calafrios e transpiração abundante. Depois podem associar-se tosse, com ou sem expectoração, dor no peito e dificuldade em respirar. Apesar de, em regra, a infecção pulmonar piorar lentamente, por vezes melhora sem tratamento.
Lesão cutânea desenvolvida a partir da disseminação do fungo nos pulmões
A forma disseminada de blastomicose costuma afectar muitas áreas do corpo. É possível que apareça uma infecção cutânea sob a forma de pequenas protuberâncias (pápulas), que podem conter pus (papulopústulas). As pápulas e as papulopústulas duram pouco tempo e disseminam-se lentamente. Em seguida aparecem na pele placas salientes e verrugosas, rodeadas de minúsculos abcessos indolores (alguns têm o tamanho da cabeça de um alfinete). Os ossos podem apresentar tumefacções dolorosas. Os homens podem sofrer um edema doloroso do epidídimo (uma estrutura semelhante a um cordel agarrada aos testículos) ou então um profundo mal-estar devido a uma infecção da próstata (prostatite).
Þ    Diagnóstico
O médico estabelece-o, também, ao examinar ao microscópio uma amostra de expectoração ou de tecido infectado, como a pele. Se nesta se detecta o fungo, pode cultivar-se a amostra e analisá-la para confirmar o diagnóstico.

Þ  Tratamento

A decisão de tratar pacientes com blastomicose deve levar em consideração a forma clínica, a gravidade da doença, a condição imune do paciente e a toxicidade dos agentes antifúngicos. Claramente, a blastomicose pulmonar em pacientes imunocomprometidos e naqueles com doença pulmonar progressiva deve ser tratada. Da mesma forma, todos os pacientes com evidência de disseminação hematogénea (p. ex. pele, osso, todos os locais extrapulmonares) requerem terapia antifúngica.
A anfotericina B por via endovenosa é o fármaco de eleição no tratamento da doença em que haja risco de vida. Nos outros casos, opta-se pela administração de itraconazol por via oral.
O fluconazol pode ser uma alternativa àqueles pacientes incapazes de tolerar o itraconazol.
Os doentes imunocomprometidos podem necessitar de terapia supressora de longo prazo com itraconazol, a fim de evitar a reincidência da infecção.

Dependendo da gravidade da doença e da condição do hospedeiro, os índices de sucesso terapêutico com anfotericina B ou terapia por azóis variam de 70% a 95%.

Sem comentários:

Enviar um comentário